sábado, 2 de outubro de 2010

A IMPRENSA E O MINISTÉRIO PÚBLICO


Siqueira Campos candidato
ao governo de Tocantins pediu
dinheiro ao empresário preso

Nos últimos meses, o que mais se lê nos principais veículos de comunicação do país são ações preliminares de investigação, ou até mesmo pedidos de providências ao Ministério Público, que se transformam em verdadeiros escândalos, com proporções catastróficas e conseqüências danosas e irreparáveis a pessoas e instituições. A última vítima desse tipo de procedimento precipitado foi o governador de Tocantins, Carlos Henrique Amorim, ou simplesmente governador Gaguim.


O Ministério Público de São Paulo está investigando a atuação de um empresário, chamado José Carlos Cepera, proprietário de uma sociedade comercial em Campinas, no interior de São Paulo, prestadora de serviço de mão de obra. Esta empresa concorreu, em uma licitação em Tocantins, com mais 18 firmas prestadoras desse tipo de serviço e venceu pelo critério de menor preço.

Pelo contrato, o governador Gaguim poderia contratar até cinco mil funcionários. Como o Estado de Tocantins tem poucos recursos e não necessita, num primeiro momento, de tantos empregados, o governador só aprovou pouco mais de 400 contratações. A intenção do governador era abrir concurso público e não utilizar mão de obra contratada.

Com esse número de apenas 400 contratações, o empresário Cepera se sentiu prejudicado comercialmente e tentou a ajuda de um lobista de Tocantins, conhecido como Maurício Manduca, filho de uma tradicional família tocantinense. Manduca, por sua vez, se aproximou do governador e tentou intervir no processo. 

Coincidentemente ou não, logo depois disso, Cepera acabou sendo preso junto com Manduca por realizar contratos superfaturados em mais de 20 cidades do Brasil. Nas escutas telefônicas, feitas pelo Ministério Público, Manduca e Cepera citam o nome do governador Gaguim 66 vezes.

Porém, em nenhuma das escutas ouve-se a voz do governador. O que eles falam basicamente é o seguinte: Cepera reclama para Manduca que o contrato não dava lucro, pelo fato de haver pouca mão de obra trabalhando. O lobista Manduca, por sua vez, afirma que estava fazendo de tudo para convencer o governador Gaguim a aumentar as contratações. 

Com o amplo noticiário sobre a prisão dos dois e o excesso de vezes que citam o nome de Gaguim nas escutas telefônicas, o caso de Tocantins virou um escândalo nacional. Diante da repercussão, Gaguim - que estava com larga vantagem nas pesquisas eleitorais - começou a ver ameaçada sua reeleição e a melhora do candidato de oposição José Wilson Siqueira Campos nos índices.

Alguns, ao tomarem conhecimento das reportagens, acharam que Gaguim estava se beneficiando financeiramente do cargo que ocupa. Outros ficaram indignados com o envolvimento do governador. Muitos acreditam que Gaguim é vítima de uma armação política de seu concorrente Siqueira Campos, dono da TV Globo local e de outros vários veículos de comunicação, como rádios e jornais em Tocantins.

Mas um cidadão de bem de Minas Gerais, deputado estadual candidato a reeleição à Assembléia Legislativa de Minas, resolveu restabelecer a verdade. Num comunicado, assinado e com firma reconhecida, distribuiu uma nota para toda a imprensa do país, tentando desmascarar a farsa que montaram contra Gaguim. 

Curioso. Intrigante. Assustador. Ninguém publicou. Só uma notícia saiu hoje no Portal IG. No comunicado, o deputado estadual de Minas Gerais, Francisco Uejo, do PSB, afirma e assina que Gaguim nunca beneficiou Cepera e nem Manduca. E o fez com muita autoridades, entre outros motivos pelo fato de ser ele, Francisco Uejo,  cunhado do lobista Manduca.

Isso pode ser grave, mas gravíssimo é que Uejo acusa o ex-senador Eduardo Siqueira Campos, filho do atual concorrente de Gaguim, Siqueira Campos, de pedir dinheiro para a campanha de seu pai. E diz mais: em troca do dinheiro faria  seu pai realizar plenamente o contrato que Gaguim, além de não cumpri-lo do modo como os interessados desejavam, não fez até hoje nenhum pagamento para a empresa de Cepera.

Abaixo, a íntegra da carta do deputado entregue para todos os veículos de comunicação do país.

SIQUEIRA PEDIU DINHEIRO PARA
 EMPRESÁRIO PRESO

Deputado mineiro desmascara farsa que tentava 
ligar o Governador do Tocantins, Carlos Gaguim,
a supostas fraudes em licitações

Após ser citado na reportagem do jornal Estado de S. Paulo, o deputado Francisco Uejo apresentou documentação em sua defesa, que o desvincula de qualquer envolvimento com o suposto esquema de fraude em licitações no Estado do Tocantins. Entretanto, a reviravolta no caso ficou por conta de declarações que não apenas descartam a hipótese de participação do Governador do Tocantins, Carlos Gaguim (PMDB), nas supostas fraudes, mas envolve seu principal adversário na corrida pela reeleição, o ex-governador Siqueira Campos (PSDB).   

Segundo o deputado mineiro, que é cunhado do empresário Mauricio Manduca, citado nas reportagens como um suposto lobista do esquema, existia uma grande preocupação por parte do próprio Manduca em relação ao contrato firmado no Tocantins. Os preços, fixados na licitação ganha pela empresa do mesmo, eram muito abaixo dos praticados no mercado e as contratações estavam acontecendo a conta-gotas. Ainda segundo Uejo, Manduca relatara várias vezes que, em função da quantidade de pessoas contratadas até um certo momento, em que já se previa lucro, a empresa não estaria conseguindo pagar nem os gastos com custo fixo de instalações para prestação de serviços.   

Após esse momento de turbulência e de quase fracasso do contrato, Uejo afirmou que as reclamações do empresário Mauricio Manduca teriam chegado aos ouvidos do senador João Ribeiro (PR/TO), que o convidou para um churrasco em sua casa, ocasião em que estaria presente o filho e coordenador geral da campanha de Siqueira Campos, Eduardo Siqueira Campos. Nessa reunião, Manduca teria sido abordado por Eduardo Siqueira Campos, que lhe garantiu a execução total do contrato em troca de ajuda financeira para custeio da campanha de seu pai ao governo do Tocantins.  

Essa carta, que publiquei na íntegra, eu e muitos jornalistas temos assinada pelo deputado. 

4 comentários:

  1. Deu no Jornal Opção, de Goiânia, em setembro de 2005.

    Crise de autoridade 1


    Júnior Câmara
    Há uma crise evidente, inclusive de autoridade, entre a executiva Fátima Roriz, que dirige a Organização Jaime Câmara no Tocantins, e o presidente do grupo, Jaime Câmara Júnior.

    Competente, sério e disciplinado, Júnior Câmara tem sido tolerante com Fátima Roriz. Mas sabe-se que o empresário não tolera funcionário, ainda que executivo, que usa grau de parentesco para se preservar no cargo ou para tirar proveito para si ou para filhos. Júnior Câmara estaria ficando farto dos equívocos de sua auxiliar. O diretor de Jornalismo da OJC, o competente Luiz Fernando Rocha Lima, sequer é ouvido por Fátima Roriz.

    Outra coisa: Júnior Câmara não pleiteia secretarias em governo nem para familiares nem para funcionários de suas empresas. Funcionário da Organização Jaime Câmara que faz isto tem de assumir a própria responsabilidade. As empresas do grupo estão sendo profissionalizadas e o executivo ou setor que não estiver funcionando, como a gráfica (que foi fechada), será trocado. A tese é seca: ninguém — nem os parentes — é insubstituível.

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  2. Deu no Jornal Opção, de Goiânia, em setembro de 2005

    Crise de autoridade 2

    José Sebastião Pinheiro é um editor sério e equilibrado — “até demais”, dizem os amigos —, mas o veículo que dirige, o Jornal do Tocantins, tem sido pautado por outro jornal, que, sustentam jornalistas de Palmas, tem como editor extra-oficial o ex-governador “paraguaio” Siqueira Campos (não confundir com o histórico e verdadeiro Siqueira Campos).

    O jornalista Sebastião Pinheiro tem uma história de seriedade que merece respeito. Assim como a Organização Jaime Câmara.

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  3. Deu no Jornal Opção, de Goiânia, em outubro de 2008.

    Quebra de hierarquia

    A Organização Jaime Câmara do Tocantins teria ganhado autonomia e, por isso, não obedeceria ao comando de Júnior Câmara e Cristiano Câmara. Segundo um jornalista do "Jornal do Tocantins", a executiva Fátima Roriz manda e desmanda e faz mais política do que jornalismo. "A Fátima apóia declaradamente o ex-governador Siqueira Campos e não é segredo para ninguém que quer disputar mandato de senadora em 2010 pela União do Tocantins", conta o jornalista.

    No momento, Fátima Roriz, executiva competente e firme, teria o projeto de colaborar para tentar derrotar a candidata do DEM a prefeita de Palmas, Nilmar Ruiz. "Nós temos ordens, na redação, para privilegiar o prefeito Raul Filho e Marcello Lelis." E na televisão? "Não sei bem, mas tudo indica que ocorre o mesmo", relata o jornalista.

    Não será paranóia do jornalista? Pode ser.

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  4. É muito bom ter colunista como voce, que mostram a verdade sem medo de repressão e que não fica paracial em determinadas situações em trocas de cargos políticos, como acoontece aqui no tocantins.Ouvir dizer que tem colunistas querendo ser secretário......Seria bom se as provid~encias com relação a estas acalúnias fossem tomadas pelo poder público.

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