quinta-feira, 14 de outubro de 2010

TV GLOBO E A INCOMPETÊNCIA DA TV BANDEIRANTES

A TV Globo publicou, no início deste mês, um anúncio de página inteira nos grandes jornais do país para alardear que foi a líder de audiência em todos os debates políticos realizados no primeiro turnos das eleições presidenciais de 2010.

A publicidade da emissora carioca até que se justificaria pela capacidade de seus profissionais, em função do profundo conhecimento que possuem. Mas, na verdade, a propaganda é, antes de tudo, ardilosa e astuciosa.

Ao tentar enaltecer sua capacidade de atingir 24 pontos de audiência com o debate político realizado na sexta-feira, dia 1º  de outubro, dois dias antes da eleição, a TV Globo quer realmente apontar o dedo para a incompetência de seus concorrentes, especialmente da TV Bandeirantes.

A Globo não ganhou nada. Foram seus concorrentes que perderam. O debate da Bandeirantes, que no dia 5 de agosto alcançou menos de 3 pontos de audiência e que eu chamei de debate secreto, foi resultado de dois fatores preponderantes para o fracasso da transmissão da emissora paulista contra o pretenso sucesso da emissora carioca.

O primeiro aspecto foi, sem dúvida alguma, a ausência de conhecimento e a inabilidade dos profissionais do Morumbi. O segundo, e talvez o mais grave de todos, é a arrogância e prepotência de seu presidente, João Carlos Saad, vulgo Johnny, que deseja sempre ser o primeiro, mesmo que seja o último. Foi, enfim, uma derrota retumbante, estrondosa.

A Bandeirantes quer, por qualquer custo, ter o pífio rótulo de ser a primeira emissora a realizar debates políticos. Com essa máxima, realizou o primeiro debate do início das eleições presidenciais no dia 5 de agosto de 2010, quando o São Paulo disputava, no mesmo horário, uma vaga para a final da Taça Libertadores, contra o Inter/RS, no Morumbi, a poucos metros da Rua Radiantes, sede da Bandeirantes.

A TV Globo transmitiu o jogo ao vivo, registrando 33 pontos de audiência. A TV Bandeirantes obteve menos de 3 pontos com o bate-boca político. Detalhe: o jogo estava definido para essa data três meses antes de a Bandeirantes escolher o mesmo dia para realizar o seu fracassado debate. O “mundo” ficou sabendo do jogo, menos a emissora do Morumbi – sempre a primeira entre as últimas.


Agora, no segundo turno das eleições, a TV Bandeirantes marca o primeiro debate para do dia 10 de outubro, domingo, no meio de um dos maiores feriados do ano. Na sexta-feira, a cidade de São Paulo registrou um novo recorde de congestionamento no ano: mais de 220 km às 19 horas. Duas horas antes, a cidade já estava completamente parada, com mais de 120 km de trânsito travado.

Os aeroportos estavam lotados, com mais de 40 vôos atrasados. A previsão mais otimista, na sexta-feira, era de que quase 2 milhões de veículos saíram da cidade. Cerca de 700 mil passageiros utilizaram os terminais rodoviários do Tiete, Barra Funda e Jabaquara – movimento mais de 10 vezes superior ao normal – em direção ao litoral, interior do Estado ou outras localidades durante o feriado prolongado.

E ainda mais: os torcedores também viajaram. A média de público dos jogos do final de semana foi uma das piores do Brasileirão: 13 mil pessoas. Com o mesmo método particular de realizar besteira a Bandeirantes perdeu audiência para o futebol da Globo em agosto, e agora, mantendo esse estilo pessoal de estupidez perdeu para o feriado em comemoração aos dias de Nossa Senhora Aparecida e da Criança.

A inocência que me perdoe e a Padroeira que me tenha em suas mãos, mas é muita incompetência marcar um debate no dia 10, no meio do feriadão. Haja ausência de culpabilidade e orações para superar tanta imbecilidade. Não ia dar outra coisa nem graças a novo milagre de Aparecida (mesmo porque a Santa tem outras coisas a fazer do que ficar ajudando quem não se ajuda).  

Deste modo, a Bandeirantes – a primeira entre as últimas - conseguiu marcar dois recordes simultaneamente: realizou, novamente, o primeiro debate das eleições presidenciais, agora no segundo turno, e também o segundo debate, novamente com o menor índice de audiência. E, claro, ainda entrou para o livro Guinness dos Recordes com a façanha inédita de ter realizado dois debates secretos. Ficou em 5º lugar perdendo em audiência para Globo, Record, SBT e Rede TV. O debate da Bandeirantes foi lido no dia seguinte e pouco assistido no domingo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no dia 1º de julho, durante sessão extraordinária, o calendário eleitoral das eleições de 2010. O primeiro turno ficou para o dia 3 de outubro, primeiro domingo do mês, e o segundo turno, para o dia 31, último domingo de outubro. Mais uma vez, com três meses de antecedência, a Bandeirantes tinha conhecimento das datas e errou de novo. Marcou o debate no meio de um dos maiores feriados prolongados do ano. Segundo o jornal Folha de São Paulo, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assistiu o debate da Bandeirantes.

A TV Globo deveria ter vergonha de publicar anúncio apregoando vitória sobre concorrentes tão inexpressivos e tão incompetentes. Com certeza, a Globo marcará o seu próximo debate para o dia 29 de outubro, sexta-feira, dois dias antes da votação do segundo turno. E, então, João Carlos Saad, alcunhado Johnny, vai mostrar que entende de TV: pegará o controle remoto e sintonizará certinho na concorrente para acompanhar o embate Serra x Dilma com o mesmo interesse dos eleitores que no domingo, 31 de outubro, definirão eleitoralmente quem substituirá Lula.

Mas a Globo que se cuide. A cartolagem eletrônica do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, ainda não sabe da novidade que vem por aí. A Bandeirantes já prepara uma grande surpresa para o final de 2010. Irá anunciar, depois das eleições, seu próximo programa especial: no dia 24 de dezembro, às 24 horas, durante a ceia de Natal, a Bandeirantes transmitirá entrevista exclusiva com o candidato derrotado à Presidência, para ele tentar explicar porque não chegou lá.

Não percam: será mais um campeão de audiência da rede de TV do Morumbi – a primeira entre as últimas. Não é à toa que o novo seriado da emissora se chama “Tô Frito”, minissérie que ninguém tomou conhecimento e que acabou segunda-feira, dia 11, véspera do feriadão.

Quer mais. O “Tô Frito” era transmitido as segundas, a partir da 00:15 ou aos 15 minutos da terça, com o patrocínio de uma grande multinacional de alimentos. Não vou divulgar o nome da empresa, pois nem a Bandeirantes deu visibilidade à indústria patrocinadora, mas o presidente da multinacional, coincidentemente ou não, tem sobrenome assemelhado a de um apresentador de programa humorístico de outra rede de televisão. 

6 comentários:

  1. Luchetti: pense comigo: para diminuir a audiência dos "evangélicos", a Globo cede os direitos do futebol, por exemplo, para a Band. Logo, a mesma acaba ficando "amarrada" com a "emissora carioca", não podendo assim, ter autonomia para transmitir o debate ou qualquer coisa que ameasse a liderança da "vênus platinada"... Complicado, meu amigo... Abraços
    Dantas

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  2. Sr. Alberto,
    O velho malandro Adhemar de Barros deve se revirar no túmulo, como pode o Avô Adhemar ter sido tão esperto e o neto Johnny tão otário.
    Abração,
    Roberto

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  3. Trabalhei por 10 anos na TV Bandeirantes e depois de muito tempo observando cheguei à seguinte conclusão: A Bandeirantes não teve, não tem e nunca terá a pretensão de crescer no Ibope nem se consolidar em liderança. É uma empresa que só alardeia suas pequenas conquistas de Ibope para agradar ao mercado publicitário e não fazer minguar de vez os investimentos de quem tem a vã esperança de fazer um bom plano de mídia gastando pouco.

    A TV Bandeirantes é uma empresa que existe para ser um panfleto político. Sua gênese e sua missão não é entreter o espectador, mas manter o negócio de pé para que a cada eleição a empresa possa fazer sua estratégia velada de apoio a um candidato.

    Conto uma história curiosa que observei recentemente. Poucos anos atrás a empresa decidiu apostar no 'original' formato de "Escolinha" e chamou o Sidney Magal para professor. Na época, comentei com um amigo: "isso não vai dar em nada, o formato de escolinha já é desgastado - existe desde 1950 no rádio".

    O pior é que a então diretora artística Elizabetta Zenatti deu declaração aos jornais dizendo que a intenção era segurar a audiência do Jornal da Band com aquele programa de humor. Se eu fosse presidente da Band, demitiria a diretora imediatamente por essa declaração... só mesmo uma pessoa totalmente alienada para acreditar que o público que assiste a um jornal com um mínimo de qualidade é o mesmo que assiste a humor de quinta categoria.

    Pois o programa foi ao ar e logo começaram a sair nos jornais aquelas notinhas de origem duvidosa dizendo que a escolinha era sucesso de audiência. Meu amigo que ouviu minha crítica antes disse: "tá vendo, não entendemos nada de televisão, o negócio está dando certo!" Sem argumentos melhores, calei.

    Em pouco tempo começam as notícias: Produção da Escolinha sem dinheiro... atores reclamando que ganham apenas quinhentos reais... até que... fim da escolinha.

    Minhas dúvidas são: Será que a Escolinha estava mesmo indo bem de audiência como alaredado? Ou estava passando o pires no meio publicitário com informação plantada? Será que a empresa é tão torpe a ponto de minguar investimentos a um campeão de audiência? Será que o mercado publicitário investe no formato de humor mais desgastado do mundo por melhor que seja sua audiência? Em pleno "prime-time"?

    Quem souber a resposta, por favor... o debate está aberto.

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  4. Meu caro,
    o que esperar de uma televisão que tem Fernando Mitre como diretor de jornalismo ??? Sem comentários...

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  5. É mesmo...Tem o Fernando Mitre...Não pode ser uma boa emissora.
    é lastimavel!

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  6. O Adhemar era ladrão e o neto é um bobão imcompetente.

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