segunda-feira, 26 de julho de 2010

Peça demissão, Massa

O simples ato de pegar o telefone e acionar o despertador automático da Telefônica virou uma repetição até monótona na minha vida. Sem intenção de justificar o hábito de fazer sempre a mesma coisa do mesmo modo, me conforto, talvez, com o fato de dormir sempre tarde e acordar cedo. Há muitos anos, no entanto, me dou ao luxo de romper essa seqüência aos sábados. Durmo mais tarde ainda e acordo a qualquer hora no domingo. Desapego-me, por um dia, da rotina. Não deixa de ser uma sensação tola de liberdade.

Nesse final de semana, empolgado pelo noticiário, resolvi manter o ritual de todos os dias e acordar cedo. Analisando friamente, a escolha era a certeza que haveria um domingo de vários e empolgantes embates. Da política ao futebol. Do vôlei à Fórmula 1. Um dia especial de muitas, lutas, batalhas e pelejas. Animado resolvi me preparar para conjugar, corretamente, o verbo pugnar.

O DataFolha apurou e a Folha estampou manchete sobre o empate técnico entra Dilma Rousseff e José Serra. Na noite de sábado, a seleção brasileira de vôlei acabava de vencer a renovada seleção de Cuba,por 3 x 1, e, conseqüentemente, se classificava para disputar a final da Liga Mundial, no domingo, contra a forte e invicta seleção da Rússia (que, enfim,também foi derrotada pela trupe de Bernardinho).

O meu Palmeiras, considerado pela crítica esportiva como a zebra da rodada, jogaria desfalcado, com Tinga como titular, contra o Ceará, lá em Fortaleza, no Castelão. E, não bastasse tanta emoção, o nosso Felipe Massa largaria em terceiro lugar, atrás apenas do alemão Sebastian Vettel e do espanhol Fernando Alonso, no Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim, com muita chance de surpreender.

Confesso que não titubeei. Acionei o telefone. Às 8h30 do domingo, o despertador tocou. Levantei, me preparei higienicamente, tomei café e peguei a revista Veja. Ironicamente a manchete era perdoar para aliviar a mágoa.

Quando liguei a televisão, os motores já “estavam roncando”. Rolava a volta de apresentação e a corrida de Fórmula 1 iria começar. Todos posicionados, luz vermelha e é dada a largada. Massa surpreendeu antes da primeira curva. Enquanto alemão Vettel jogava seu carro para a direita, impossibilitando qualquer ultrapassagem do espanhol Alonso, Massa acelerava e passava pelos dois, pelo lado esquerdo, assumindo a primeira posição.

Um raio atingiu a minha memória e me transportou para a década de 1990, quando Ayrton Senna - como fez Felipe Massa - se aproveitava das pequenas falhas de seus adversários e dava verdadeiras aulas de pilotagem, com ultrapassagens empolgantes. O domingo começava com tudo para ser bem especial.

Minha suspeita não estava errada. Pelo menos até a volta número 49, quando o líder da prova Felipe Massa atendeu a uma determinação dos boxes da Ferrari e deixou Fernando Alonso passar à sua frente. Encostou para a esquerda, desacelerou e ficou em segundo lugar. Uma vergonha para Massa, para Alonso, para a Fórmula 1 e para o esporte em geral. O que falar agora deste domingo dia 25 de julho de 2010?

Frustração Dominical

Não pretendo exagerar, mas a minha frustração das 10 horas deste domingo foi tamanha que me fez lembrar o dia 3 de maio de 1994, quando Ayrton Senna passou direto pela curva Tamburello, a 300 quilômetros por hora, na sétima volta do Grande Prêmio de San Marino, no autódromo de Ímola, na Itália, espatifando-se no muro de concreto.


Também não vou comparar, mas fiquei parado e profundamente atônito este domingo, como fiquei em 1994, quando anunciaram que Ayrton Senna da Silva, 34 anos, tricampeão mundial de Fórmula 1, 41 vitórias em Grandes Prêmios, 65 pole-positions, um dos maiores fenômenos de todos os tempos no automobilismo, estava morto.

Os dois casos são completamente diferentes, mas esses episódios da Fórmula 1 me deixaram perplexo da mesma maneira. Um pelo comprometimento profissional e o outro pelo apego ao business. Talvez porque, no fundo, ambos os casos tenham sido de morte. A de Senna foi física; a de Massa, moral.

Cumprir ordens na relação patrão e empregado tem limites. Manda quem pode, obedece quem tem juízo - eis uma máxima que nunca admiti e com a qual jamais concordei. Massa, em troca de seus dólares, foi (e é) um fraco. Não culpo a Ferrari, nem Alonso, tampouco os responsáveis pela Fórmula 1. O único culpado é Felipe Massa.

Os dirigentes da Ferrari só exigiram essa atitude de Massa porque sabiam com quem estavam lidando. A Ferrari tem consciência do tamanho de Massa. Conhecem a sua estreiteza. A sua pequenez. Não teve e não há um profissional no automobilismo mundial que tivesse a ousadia de pedir isso para Ayrton Senna. A atitude de Massa domingo mostra que esse jovem brasileiro não tem solidez, nem consistência. É um medíocre.

Não é possível fazer qualquer comparação entre Massa e Ayrton Senna. A começar pela estatura, seja física ou moral. Na verdade, não ouso criar uma figura de linguagem para realçar semelhança entre os dois. Os exemplos, segundo minhas intenções, são apenas para “apimentarem” a fragilidade de Massa.

A mim, que já assisti muita coisa na vida, permita Massa, um conselho: pare ao final desta temporada. Você, com essa atitude, demonstrou não ter brilho próprio. Não adianta continuar. Não estará nunca entre os grandes do automobilismo brasileiro como Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Nelson Piquet ou Ayrton Senna. Você conseguiu ser pior que Rubens Barrichello, piloto brasileiro que mais disputou corridas de Fórmula 1 e aquele que menos ganhou.

Pare. Mude de profissão. Dinheiro não é mais problema. Por favor, Felipe Massa, nos poupe de domingos tão frustrantes como esse 25 de julho de 2010. Você é um meão, compenetre-se. Estar entre o bom e o mau é não estar. O bom é o Alonso, que ganhou, e o mau foi quem mandou você deixá-lo passar, e você deixou.

Para a sua submissão só existe uma saída honrosa. Peça demissão.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

RASGARAM 25 MILHÕES DE REAIS

Está para completar um mês que o profissional de futebol Bruno Fernandes, goleiro do Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, visita diariamente o noticiário policial de todas as redes de televisão do país e muitas do exterior. Muito se escreveu sobre Bruno em jornais, revistas e sites. Ele virou capa das principais publicações de circulação nacional. Há quase um mês, esse jovem de 25 anos, com salário mensal de R$ 200 mil (que alcança R$ 500 mil, somado o faturamento com publicidade), é assunto em todos os lugares: de reuniões de grandes executivos a qualquer sala de trabalho, de almoços ou jantares familiares a mesas de bares.

Dia após dia, acompanhamos as investigações sobre o desaparecimento da amante do goleiro, Eliza Samudio, a localização do suposto filho de ambos na casa da esposa de Bruno, Dayanne Rodrigues Souza, e as suspeitas da polícia sobre um caso de assassinato. Soubemos da prisão de um elenco de suspeitos (com nomes prosaicos e culinários que vão de Coxinha a Macarrão). Por fim, assistimos ao final do primeiro capítulo de um novelão de terror, a detenção de Bruno como mandante de um possível crime. Assistimos e lemos, falamos e comentamos, até opinamos sobre a paternidade de filhos de amantes, sem jamais reconhecermos o assassinato. O caso ingressou em nossa rotina, presenciamos a tudo isso - no mínimo indignados.

Não quero me estender mais no relato de detalhes já explorados no noticiário. Gostaria de examinar o caso sob outro ângulo. Refletir com os leitores sobre um patrimônio dilapidado por “executivos” despreparados à frente de “empresas” à beira da falência. A rigor, sob o ponto de vista do grande negócio em que se transformou o futebol atual, os jogadores são “produtos” adquiridos no mercado interno, a preços reduzidíssimos, para mais tarde serem vendidos por milhões de dólares ou euros ao mercado externo.

Vamos tomar o Flamengo como exemplo de “empresa” e Bruno como um de seus mais valorizados “produtos”. Eles podem simbolizar melhor o que acontece no futebol brasileiro. Em campo, apesar do fiasco na Copa do Mundo, temos um dos cinco melhores times do mundo, em qualquer situação. Fora dos gramados, não passamos de um Zimbábue. Ou seja: somos uma espécie de Brasibaba. De chuteiras, uns artistas; de terno e gravata, umas “babas”. A culpa é de oportunistas travestidos de dirigentes esportivos, incapazes de administrar, como qualquer gestor de carreira, a trajetória e a vida de atletas talentosos e promissores, mas que social e moralmente não passam de jovens despreparados, inseguros e marginais.

A maioria desses “produtos” é originária de estruturas débeis. Em geral, surgem em favelas ou casas precárias da periferia de nossas grandes cidades. Alguns não conhecem os pais, outros foram abandonados. Convivem com o crime e a delinqüência juvenil. A violência é rotina, de casa para a rua, da rua para a casa. Enfrentam deficiência da mesa de refeição à carteira escolar.

Formados no meio de um verdadeiro faroeste, tanto no sentido simbólico como real, ao se tornarem ídolos (ou seja, “produtos” caros e cobiçados dos estádios) tais jovens metem literalmente os pés pelas mãos. Com os pés, eles são notáveis; com as mãos, uma tragédia brasileira. Não conseguem conviver com a fama e a riqueza adquiridas em pouco tempo de vida. Desde a Copa conquistada pelo Brasil em 1958 até hoje, a valorização dos atletas brasileiros está intimamente ligada aos seus dramas pessoais. E ninguém – ninguém mesmo – se prestou ou se interessou em administrar suas agruras fora de campo.

A nossa maior omissão (além dos dirigentes, nós também temos uma parcela considerável de culpa) talvez tenha sido com Manoel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha. Vida e pernas tortas. Jovem simples, nascido em 1933, transformou-se num dos mais geniais ídolos do futebol, inspiração para poema de Carlos Drummond de Andrade. Fama e dinheiro acabaram, 50 anos depois, com o homem.

Casos como o de Mané acontecem com freqüência. Com mais ou menos gravidade, eles se repetem até hoje, como o episódio do goleiro Bruno. Antigamente, numa época mais romântica, os descaminhos eram administrados pelos clubes no papel de família, e pelos técnicos, exercendo a função de pai durão.

Foi assim nos anos 1970 com o são-paulino Sérgio Bernardino, o Serginho Chulapa, centro-avante titular da lendária Seleção Brasileira de 1982. Famoso e com o bolso estufado de grana, continuava a morar numa casa sem acabamento nos fundões da Zona Norte de São Paulo, embora não dispensasse roupa de grife para desfilar com seu Ford Maverick, roxo, zero quilômetro, que estacionava numa garagem de chão de terra. Temperamento forte, ele foi salvo por um dos raros clubes que tem algo de profissional em sua administração. Serginho credita ao São Paulo o fato de não ter seguido pela estrada da criminalidade.

Nos anos 1980, outro caso chamou a atenção da imprensa. O atacante do Palmeiras, grande revelação, Carlos Alberto Seixas, havia sumido dos treinos por três dias. O técnico Oswaldo Brandão foi até a casa do jogador. Descobriu, então, que Seixas morava no mesmo barraco de uma favela de Osasco, onde foi criado. Estava com uma pneumonia, adquirida pelas condições precárias em que vivia e pela má alimentação, mas tinha três automóveis diferentes, novinhos, do ano, na porta do casebre. Brandão cuidou do jogador como se fosse seu filho.

O romantismo e a paternidade terminaram, coincidentemente ou não, a partir do momento em que os clubes pretenderam se transformar em empresas. A mudança só ocorreu no papel e na oratória. Na verdade, os executivos profissionais e remunerados nunca assumiram o lugar dos despreparados e oportunistas dirigentes. Resultado: as dívidas que já eram enormes deram lugar ao processo de falência. Apenas os rombos dos clubes no INSS são espantosos.

Prova desse samba do crioulo doido é o Flamengo. Foi campeão nacional no ano passado, mais pelos erros de seus adversários do que por méritos próprios. A partir daí, seus principais jogadores foram fotografados com metralhadoras de traficantes, dentro de favelas dominadas pelo crime organizado. Compraram veículos de criminosos e foram “escoltados” por bandidos em orgias, após jogos no Maracanã. Envolveram-se em brigas de homens e mulheres, bailes funk ao lado de marginais, escândalos sexuais de capa de revista de fofoca. Finalmente, estourou o caso com o goleiro Bruno, num possível assassinato, com requintes de crueldade. E a bola mudou de horário e cenário. Começou a rolar nos principais programas policialescos da televisão brasileira.

E o que fez a “empresa” Flamengo diante de tantas aberrações? Nada. Seus principais dirigentes acompanharam passivamente, como todos nós, os noticiários sensacionalistas e a degradação de seu patrimônio. Podia ter sido diferente. O sinal amarelo acendeu quando Bruno deu uma entrevista sobre a briga do jogador Adriano com sua namorada, afirmando que gostaria de saber de alguém quem “ainda não saiu na mão com uma mulher”. Naquele momento, presidido pela ex-nadadora Patrícia Amorim, o Flamengo tinha que ter interferido. O motivo era claro: o goleiro não estava no melhor de sua razão. O clube devia contratar um psicólogo para acompanhá-lo. Tinha que agir. Hoje, quase um mês depois do caso Bruno, o novo cartola rubro-negro Zico admite que houve erro da direção por não ter agido.

Num exercício de lógica, não é descabido imaginar que o silêncio dos dirigentes do Flamengo significaria admitir que seus pais batessem em suas mães e que suas filhas e suas netas um dia fossem agredidas por seus companheiros. Se, na época, a diretoria tivesse tomado uma medida preventiva, talvez pudesse evitar a tragédia. Para o bem de um ser humano (funcionário do clube, como recomenda qualquer regrinha básica de RH) e de um valioso “produto” do futebol globalizado, facilmente negociável com os melhores times do mundo. Assim, “empresa” e “produto”, de mãos dadas, hoje estariam festejando a venda do passe do goleiro para o Milan, da Itália.

Mas, como se diz no jargão do futebol, a cartolagem “atentou contra o próprio patrimônio”. Fez gol contra. A complacência da presidente e de seus auxiliares, neste episódio, os levou a assistir de forma condescendente, a destruição moral de um ser humano e a dilapidação do “capital” do Clube de Regatas Flamengo. De modo claro: rasgaram, nota por nota, mais de 25 milhões de reais. E enfiaram o dinheiro na latrina de uma cela de seis metros quadrados numa cadeia pública de Minas Gerais.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Retorno do Palhaço da África

Assistindo aos jogos dessa Copa da África, principalmente os jogos do Brasil, devo admitir: pior que o desempenho da seleção canarinho, foram as observações feitas pelos locutores e comentaristas brasileiros sobre as disputas que aconteceram até hoje nos estádios africanos. Mais catastróficos ainda foram os comentários feitos por ex-jogadores de futebol brasileiros, travestidos de jornalistas em todas as redes nacionais de televisão e nos principais jornais do país, com o cérebro na ponta da chuteira.

Não quero falar das ácidas críticas que fizeram ao técnico Dunga, mas sim sobre a enxurrada de elogios, sem medida, feita à seleção argentina. Futebol arte; melhor ataque da copa; os argentinos estão jogando como os brasileiros deveriam jogar; melhor seleção sul americana; candidatíssima ao título mundial; futebol plástico e lúdico; time bem objetivo; e centenas de outros mais. Todos incoerentes, desprovidos de qualquer critério, empíricos e estapafúrdios.

Quando o Brasil perdeu para a Holanda então, no início da tarde de sexta-feira, os comentários e os elogios para os argentinos só perderam para o sorriso sarcástico do técnico da seleção da Argentina, Diego Maradona. Triste. Mas muito triste mesmo. Porque 24 horas depois - e mais dois minutos e trinta e oito segundos - da derrota do Brasil, a Alemanha fez o primeiro gol contra a Argentina e tudo mudou. A Alemanha passou a ser a melhor seleção do mundo.

Nunca fui cronista esportivo. Nos 38 anos que me dediquei ao jornalismo, sempre atuei na área política. O futebol, o maior entretenimento nacional, sempre achei desnecessário, supérfluo e sem nenhuma importância no nosso dia-a-dia. A política, não. Mesmo sendo a política brasileira, bastante supérflua, ela é tão necessária como influente nas nossas vidas. Assim, o que pude observar é que além das besteiras propagadas em rede nacional por nossos comentaristas, algumas lições ficaram desta Copa.

Vamos começar pela Alemanha. Em maio deste ano, um mês antes da copa, Boateng, jogador de Gana e irmão do Boateng lateral da seleção da Alemanha, na disputa do Campeonato inglês entre Chelsea e Portsmouth, machucou um dos líderes da seleção alemã, Ballack. O jogador ficou fora da Copa e a Alemanha teve que renovar. É, pela média de idade, a seleção com jogadores mais jovens na África e a mais nova equipe da Alemanha em Copas do mundo de todos os tempos.

Talvez esse passe a ser o caminho de 2014, para a seleção brasileira: a renovação. Sem o ecumênico Kaká, o festeiro Robinho, o lutador de jiu-jitsu Felipe Melo, o francês Michel Bastos, o chorão Júlio Cesar e a apatia de todo o time do Brasil no segundo tempo contra a Holanda. É isso. É preciso transgredir.

Outra lição é a postura dos técnicos, do Brasil e da Argentina, que necessitaram chamar mais a atenção do que todos os jogadores de suas seleções. A verdade é que o mau humor de Dunga e a arrogância de Maradona deram lugar para a sobriedade e a elegância do técnico da Holanda, Van Marwijk, e da Alemanha, Joachim Low.

Não vou perder tempo e não quero aborrecer nenhum leitor falando do Dunga, de seus erros ou dos seus acertos. Mas quero ressaltar a minha alegria em não ver Maradona ficar pelado no obelisco de Buenos Aires, construído para a comemoração do quarto centenário de fundação da cidade, na Praça da República, entre as avenidas Corrientes e Nove de Julho, no centro de Buenos Aires.

Eu já vi Maradona pelado. Maradona ficou desnudo para o mundo todo ver quando foi constatado seu doping após o jogo contra a Nigéria, na copa de 1994, nos Estados Unidos, quando o Brasil sagrou-se tetracampeão. Na época cinco substâncias proibidas foram encontradas na urina do maior craque argentino. Se isso não bastasse, eu e o mundo todo pudemos ver Maradona pelado novamente com sucessivas crises de overdoses de cocaína.

Este Maradona, o maior palhaço e fanfarrão latino americano, retorna agora para Buenos Aires embalado pelos melhores e mais afinados acordes do tango moderno e triste de Ástor Pantaleón Piazzolla, um dos maiores bandeonistas e compositores argentinos. Com certeza, o patife Maradona vai dançar este sofrido tango, com os nossos locutores, comentaristas e ex-jogadores (travestidos de jornalistas), que enalteceram as suas estripulias e pilhérias na África, como também elogiaram com excesso de afetação a sua insossa e medíocre seleção.